terça-feira, 30 de outubro de 2012

O calor e as alergias em cães

Muitos donos de cães associam o calor com o aumento das alergias e muito prurido (coceira). Isso faz sentido??? De certa maneira, sim... Vamos falar um pouco sobre tudo isso....

Como já foi dito aqui no blog, os cães podem ser alérgicos a ectoparasitas (pulgas e carrapatos), alérgicos alimentares e/ou atópicos (alérgicos à grama, poeira, pólen de determinada flor, perfume, determinado tecido (lã, linho etc.), produto de limpeza etc.). 

Como nas épocas de calor aumenta bastante o número de ectoparasitas e a grande maioria dos cães alérgicos são alérgicos a ectoparasitas, faz sentido a afirmação acima. Mas é bom deixarmos claro uma coisa, coceira por excesso de pulgas é diferente de alergia à pulga, pois o cão é alérgico à saliva da pulga, portanto basta uma pulga picar para desencadear todo o processo alérgico. E não basta usar qualquer proteção anti-pulgas, existem produtos específicos para o quadro de DAPE (dermatite alérgica à picada de ectoparasitas). E claro que não é tão simples assim, consulte sempre o seu veterinário de confiança, pois é a única pessoa que pode lhe orientar corretamente sobre todos os detalhes.

Muitas raças, como por ex., Labrador Retriever, Golden Retriever, Beagle, Cocker Inglês, Pastor Alemão, dentre outros, são predispostos à alergia e adoram, nessas épocas de calor, deitar no molhado, andar na chuva, molhar patas e focinho no bebedouro, entrar na piscina, enfim, a pele ficando mais úmida, aumenta a chance de infecção bacteriana e fúngica secundárias, piorando assim os quadros alérgicos. Isso tudo também ajuda a fazer sentido a afirmação acima.



Bom, acho que já deu para ter uma ideia de alguns porquês da afirmação "A alergia do meu cão piora no verão", dita por muitos donos de cães alérgicos, controlados ou não, diagnosticados ou não.

E claro que eu não podia deixar de reforçar que, ultimamente, estamos nos deparando cada vez mais com cães alérgicos. A atopia já está sendo considerada também de fator hereditário, principalmente em algumas raças, como Lhasa Apso, Shih-tzu, Yorkshire Terrier, Retriever do Labrador, Golden Retriever, dentre outras predispostas. 

O diagnóstico e o controle de um cão alérgico não é fácil. Os pacientes costumam passar por muitos veterinários sem resultados positivos. Recomendo, para qualquer dermatopatia (doença de pele), procurar um veterinário que atenda dermatologia, para melhor encaminhamento do quadro e orientações. Algumas doenças de pele são muito 'chatas' para todos e claro que, principalmente, para os próprios bichos. Não esqueçam disso... Fica a dica.

Espero que o post tenha sido esclarecedor, principalmente para vocês que sofrem com seus cães alérgicos.

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Tigre de Bengala



Hoje resolvi escrever sobre o Tigre de Bengala, pois tive contato com um filhote de 7 meses nessa semana e foi incrível - eles são muito elegantes, atentos e simpáticos. Aqueles que estão em convívio direto com o ser humano, por incrível que pareça, são muito carinhosos.

Seu nome científico é Panthera tigris tigris. O Tigre de Bengala é uma das nove subespécies de tigre. E é o mais famoso deles.

Atualmente existem populações espalhadas por vários pontos da Índia e países vizinhos.

O pêlo é curto. A cor mais conhecida é o alaranjado com listras pretas, mas também tem o branco com listras marrom. Normalmente atinge os 250 kg, mas pode ultrapassar os 300 kg; seu corpo pode chegar a 3 metros de comprimento. Eles são ágeis, velozes e saltam longas distâncias, além de ser um nadador de primeira, pois não gosta muito do calor, e nessas épocas fica sempre próximo da água.

Eles são excelentes caçadores e, na natureza, se alimentam de bichos pequenos, como macacos, veados e aves, podendo chegar em filhotes de elefantes e rinocerontes, crocodilos (dentro ou fora da água) e cobras pítons.

No Brasil existem muitos exemplares criados em cativeiro e, algumas vezes, com contato direto com os donos, inclusive dentro de casa. Mas cabe lembrar que eles precisam viver em um recinto com um habitat propício para a espécie e com toda segurança, além de serem alimentados corretamente.

A reprodução em cativeiro normalmente é tranquila, desde que os animais estejam em recintos adequados, sem o mínimo de estresse.


Espero que tenham gostado das curiosidades do texto. Aguardo dúvidas e perguntas!

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Doença Periodontal - o que é isso?


A doença que mais acomete animais idosos é conhecida como Doença Periodontal. Para os clientes é vista como um acúmulo de tártaro sobre a superfície dental (cálculo). A doença se inicia com uma gengivite (FIGURA 1), que ao evoluir pode causar uma perda óssea e consequentemente perda do dente. Um dos principais motivos para o seu aparecimento é a ausência da escovação dentária. Essa escovação deve ser diária, e por um período de aproximadamente 15 minutos.




O que é muito comum ouvirmos é que essa doença é normal. Mas existe um grande engano. Ela é comum, pois acomete mais de 80% dos cães e gatos, mas normal não. Sua presença pode desencadear doenças sistêmicas por migração bacteriana e contaminação de outros órgãos como rins, fígado e coração. É uma infecção e a ausência do seu cuidado, a longo prazo acarretará em dor e perda dos dentes.




Neste ponto pode aparecer mais uma dúvida: Como eu sei que ele tem dor se o meu animal se alimenta bem? É ai que mora o perigo.... dificilmente eles param de comer. É muito comum notarmos a dor apenas ao realizarmos o tratamento. E são comuns relatos dos donos dos cães "Nossa, achei que ele não tinha dor, mas depois do tratamento ele me chama para passear"; "Hoje ele está muito mais brincalhão do que antes do tratamento"; "Tem se alimentado muito mais rápido e brinca mais com os outros animais".

Como é uma doença comum em pacientes mais velhos, é muito fácil confundirmos os sintomas do cão idoso (mais sonolento, menos brincalhão) com a dor causada pela Doença Periodontal (FIGURA 2). Fiquem atentos a esse sintoma e em caso de dúvida consultem um especialista!


Texto escrito a pedido do Dr. Daniel Lima - http://www.giroveterinario.blogspot.com.br/

Este texto é de autoria de uma colega veterinária, a Dra. Mariana Lage-Marques, especialista em odontologia veterinária.

O blog dela é: http://www.marianalagemarques.blogspot.com.br/ - vale a pena conferir!

E segue tb o website dela: http://www.odontologiavet.com.br/index.htm

Deixo meus agradecimentos pela gentileza da Dra. Mariana.

E boa leitura a todos!

Daniel Lima

quinta-feira, 31 de maio de 2012

Giárdia - o que é isso?

A giárdia, como é conhecida popularmente, é um protozoário entérico causador da doença chamada giardíase ou giardiose. Este protozoário causa uma infecção no intestino delgado dos cães e gatos.

A transmissão normalmente se dá pela ingestão de água ou alimentos contaminados por cistos, que são eliminados nas fezes de outros animais infectados. O animal que lambe o chão da rua ou cheira ou ingere fezes de outros animais também pode se infectar. Os cistos podem ficar na musculatura do animal, sem ele manifestar a doença, por um bom tempo.

Os principais sintomas são diarréia, vômito, cólica, emagrecimento, apatia e perda de apetite.

O diagnóstico é firmado pelo exame de fezes e outros testes laboratoriais, nunca esquecendo do histórico e da clínica do animal.

Existem tratamentos específicos e prevenção.

Existia no mercado uma vacina preventiva contra giardiose, cuja eficácia é muito questionada por médicos e veterinários. Essa vacina foi retirada do mercado faz uns dois anos, aproximadamente, por problemas na importação, segundo o fabricante. Todos os veterinários que recomendavam a vacina ficaram 'perdidos' e com poucas respostas aos seus clientes, sobre a falta do produto.

A higiene é muito importante na prevenção dessa doença. Conversem com seus veterinários de confiança a respeito de outras medidas preventivas. E cabe lembra que ela uma zoonose, podendo ser transmitida para nós, seres humanos, principalmente para crianças e idosos, que normalmente apresentam a imunidade mais baixa.

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Dicas e cuidados com os cães no verão!

Os cães, assim como nós, humanos, sofrem bastante com todo esse calor que está fazendo ultimamente.

Vejam algumas dicas e cuidados para amenizar este sofrimento!

Essa matéria do UOL, com a qual eu colaborei, escrita por uma amiga jornalista, exemplifica tudo isso - vale a pena conferir.

http://noticias.uol.com.br/ultnot/bichos/ultnot/2012/02/20/sorvetes-especiais-e-outras-taticas-aliviam-o-calor-dos-cachorros-no-verao.jhtm

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Obesidade em cães

Como nos humanos, a obesidade em cães também está bastante frequente no dia a dia. Na minha rotina clínica, me deparo com muitos cães que estão acima do peso.

A obesidade canina pode ser secundária a alguma doença metabólica e/ou hormonal, como por exemplo hipotireoidismo, ou "primária", como por exemplo erro de manejo alimentar. Claro que alguns cães ou determinadas raças tem uma tendência maior à obesidade - animais ansiosos e raças como o Beagle, Retriever do Labrador e Cocker Inglês, por exemplo, são mais susceptíveis. Como toda regra tem sua exceção, alguns cães se tornam obesos sem causa aparente, tendo eles alimentação correta, atividade física correta e nenhum diagnóstico de doença pré-existente.

A obesidade pode desencadear doenças na coluna, como hérnia de disco, ou até um diabetes. Ela pode também piorar o quadro de algumas doenças respiratórias, cardíacas, articulares etc. O cão obeso se cansa mais fácil, podendo ficar ofegante uma boa parte do tempo.

Existem alguns detalhes físicos e clínicos que já são suficientes para diagnosticar uma obesidade.

O tratamento pode ser feito com alimentação específica e balanceada, seja industrializada ou caseira. Muitas vezes são necessários medicamentos associados à dieta. E claro que não podemos esquecer de uma atividade física controlada. Tudo isso só pode ser feito com acompanhamento de um veterinário capacitado.

Como medidas preventivas, recomendo ter um veterinário de confiança que acompanhe a vida do animal desde a fase de crescimento para orientar sobre manejo, alimentação e atividade física, levando sempre em conta cada organismo, raça e outras particularidades individuais. Consultas de rotina e check up de alguns exames ajudam na descoberta precoce de algumas doenças, muitas vezes evitando danos maiores, e no controle do peso do animal.

Quero deixar claro que não sou contra alimentação caseira e petiscos, porém estes devem ser feitos e oferecidos de uma forma correta para cada cão. Determinados alimentos devem ser evitados. É importante que os donos de cães não escondam de seus veterinários nada sobre a alimentação oferecida, pois só assim poderão ser orientados da forma correta de oferecer ou não oferecer determinado alimento ou petisco.