segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Alerta...alguns cuidados em campanhas de vacinação!

Resolvi escrever este texto devido a um erro imperdoável que ocorreu com um paciente meu. Um Maltês adulto, de apenas 2 kg de peso e muito saudável, foi levado pela sua proprietária, no mês de agosto desse ano, à campanha de vacinação contra raiva da prefeitura da cidade de São Paulo; a pessoa que aplicou a vacina pediu para a dona do animal segurá-lo no colo e disse que seria na face interna da coxa (intra-muscular); bom, depois de alguns dias o cãozinho não apresentava força no membro e não conseguia flexioná-lo. Quando fui consultá-lo logo desconfiei de lesão em nervo ciático, que se localiza na região onde foi aplicada a vacina; foram feitos outros exames para descartar outras patologias, porém fechei o diagnóstico em lesão do ciático mesmo, ainda mais com todos esses sintomas e histórico clássicos - a lesão pode ter sido causada pela reação local da vacina ou pela própria agulha na hora da aplicação. Foi feito medicação de rotina para esse tipo de lesão e não obtivemos resposta; agora ele passará por sessões de acupuntura que provavelmente ajudarão bastante a reverter o quadro.
Gostaria de deixar claro que não sou contra as campanhas de vacinação da prefeitura, muito pelo contrário, reconheço a sua qualidade e os seus resultados extremamente positivos no controle da Raiva na nossa cidade. Porém deixo a minha crítica à prefeitura da cidade de São Paulo por alguns profissionais mal treinados ou de má índole que cometem esses erros - hoje em dia é sabido que as vacinas antirrábicas podem ser aplicadas por via subcutânea sem causar nenhuma reação que não seja esperada, como dor local e formação de 'nódulo inflamatório' que normalmente some sozinho; cabe lembrar que devem ser aplicadas somente por um profissional qualificado para tal conduta.
Injeções intra-musculares são comuns na rotina do Médico Veterinário de cães e gatos, porém devem sem feitas em locais certos e evitadas ou com muita cautela, nos animais de raças bem pequenas, que possuem áreas musculares pequenas, aumentando assim o risco de lesar um nervo que passa na região.
Para finalizar, proprietários, nunca deixem, em campanhas, as vacinas serem aplicadas no músculo, pois essa prática já 'caiu de moda' há tempos, inclusive nas próprias campanhas! Sinceramente, não entendo o porque desse erro imperdoável!

2 comentários:

Ariane disse...

Olá Dr. Daniel....

Escrevi para o Sr. a um mes + ou - falando que minha poddle de 11 anos estava com uns caroços e a veterinaria disse que irir retirar a cadeia mamaria.... Então ela fez a cirurgia dia 15/09, ja cicatrizou e tudo... Só que ela tirou todas as mamas caudais, e as das costelas só tirou as que tinha nodulo (tirou isolado) pq disse que se não não ia fechar.... Eu passei a mao proximo à uma mama que sobrou e tenho a impressão de ter sentido micro carocinhos.... para piorar o resultado da biopsia saiu ontem e deu carcinoma mamario.... ela disse que p esse tipo de tumos nao tem o que fazer........ è serio? eu vou ficar vendo minha amiguinha adoecer? Tem que ficar operando e tirando os tumores que apareceem? se eu fizer isso eles não vao fazer metastase? Pelo amor de deus o que eu faço? não tem nada que eu possa fazer??? Qual o tempo de sobrevida que eu posso esperar?
Obrigada pela atenção.....

Ariane

Daniel Lima disse...

Calma Ariane, eu recomendo retirar todas as outras mamas que sobraram, nem que seja em 2 cirurgias com intervalos de 30 dias; dessa forma não tem como voltar em mamas; metástase em pele na região das cirurgias eu já vi, mas é bem difícil; se preocupe com metástases em órgãos abdominais ou pulmonares - realmente não tem quimioterapia ou medicação que ajude a prevenir, mas faça Ultrasson abdominal e raio-x de tórax após as cirurgias e depois a cada 4-6 meses, pois isso ajudará a detectar algo mais cedo e oferecer mais qualidade de vida a ela.
Tirando todas as mamas, e se as metástases não estiverem se instalando, o que ocorre muitas vezes, a chance dela nunca apresentar nada é grande.
Entendeu?
Aguardo seu retorno.
Abraços,
Daniel Lima