terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Boas Festas!

Quero desejar a todos um Feliz 2011 repleto de realizações, saúde, paz e tranquilidade!!!

Obrigado aos meus leitores por mais um ano juntos no blog!

Daniel Lima

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Um pouco sobre o Schnauzer miniatura...

Hoje vou falar um pouco sobre a raça canina Schnauzer miniatura, a qual aprecio muito e sou fã número 1.



Esta raça tem origem alemã e era conhecida no início como 'cão rateiro', pois era criada para deixar quintais, porões e depósitos livres de roedores - por isso que se criou o padrão da tosa mantendo barba e sombrancelhas, que os protegia das mordidas dos ratos.
Também era utilizado como 'cão de alarme', pois latia bastante na presença de estranhos ou algo diferente na rotina da propriedade. Porém hoje em dia é criado como cão de companhia e seu temperamento também mudou um pouco, sendo alegre, alerta, carinhoso e obediente. É um cão que se adapta a diversos ambientes e a diversas rotinas de seus proprietários. Além de tudo isso, continua sendo um cão rústico e de fácil manejo, não apresentando odor forte e não necessitando de banhos muito frequentes, com ressalva de uma boa escovação, pelo menos 2 vezes na semana, para evitar nós nos pêlos da barba, sombrancelhas, saia e patas e tosa da raça a cada 20-30 dias, em média.
Ele é encontrado em quatro cores permitidas no padrão da raça: sal e pimenta, preto e prata, preto e o branco, sendo o sal e pimenta o mais popular e o que eu mais gosto; e arrisco dizer que é o que apresenta a pelagem mais abundante e bonita, talvez por ser o mais criado e aperfeiçoado pelos bons criadores.
Para finalizar, recomendo sempre adquirir filhotes de criadores conceituados na cinofilia e respeitados por uma criação séria e de qualidade, pois só assim teremos cães com um bom temperamento e dentro dos padrões da raça, que os ajudarão a tentarem ficarem longe de determinadas doenças e males que podem acometer a raça. Procurem sempre um veterinário de confiança para orientar sobre educação do filhote, alimentação de qualidade, vacinas, vermifugações etc.
Gostaria que os admiradores da raça postassem comentários, dúvidas, dicas e curiosidades para que possamos discutir sobre essa raça que está ganhando cada vez mais espaço na nossa criação nacional.

sábado, 14 de agosto de 2010

'Crise de coluna' em cães

Lesões em coluna são bem comuns nos cães, tanto nos jovens quanto nos idosos. O tempo frio, como no dia de hoje, piora bastante a dor podendo desencadear uma crise.
Essas crises podem ter diversas causas, que podem ser divididas assim:
- Congênitas (por ex., junção de vértebras e má formação de articulação)
- Adquiridas (por ex., excesso de peso e exercício forçado de subir e descer escada em raças com o corpo comprido e predispostas)
- Geriátricas (por ex., desgaste das articulações ou artroses, bicos de papagaio, reduções de espaço intervertebral etc.)
A grande maioria dessas lesões em coluna são irreversíveis, porém controláveis, evitando crises.
Algumas raças são predispostas, como por ex. o Teckel, Basset Hound e Beagle, mas na rotina clínica observamos problemas em coluna em quase todas as raças, principalmente em animais de meia idade para frente.
Muitas vezes o animal convive com essas lesões um bom tempo antes de demonstrar sintomas, que normalmente se apresentam como dor local ou generalizada, claudicação (manqueira) de um ou mais membros, coluna curvada com abdomen contraído, dificuldade em subir e descer de algum lugar, ganido ao deitar ou se mexer, paralisia ou tetraplegia, ofegância, falta de apetite, apatia, dentre outros.
O diagnóstico é firmado pelo exame clínico de um veterinário, histórico e exames de imagem, sendo o raio-x o mais utilizado aqui no Brasil.
Já o tratamento se baseia principalmente em antinflamatórios e analgésicos nas crises, medicações para controle e acupuntura para evitar crises e em alguns casos, cirurgia. Existem outros tratamentos alternativos que surtem bastante resultado positivo, como por ex., ozonioterapia e fisioterapia.
Como medidas preventivas, recomendo em primeiro lugar procurar criadores de boa procedência que se preocupam com doenças congênitas das raças que criam; evitar exercícios forçados sem orientação médica, evitar obesidade, manter uma dieta saudável e sempre ser orientado por um veterinário de confiança em consultas de rotina. Cabe lembrar que cada raça tem as suas particularidades e requer os seus cuidados; respeitem sempre a idade avançada dos seus cães, percebendo os seus limites.
Os animais que já apresentam a doença devem ficar bem aquecidos nos dias mais frios e manter mais repouso - cuidem bem dos seus 'velhinhos' que sempre trouxeram bastante alegria!

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Piometra

Piometra é uma infecção uterina muito comum em animais, principalmente nos idosos. É frequente em cadelas e menos comum em gatas; já atendi casos em hamster também. Ela é resultante de alterações hormonais induzidas no útero que permitem a instalação da infecção bacteriana secundária e, normalmente, ocorre no pós cio (aproximadamente após 20 a 45 dias depois do término do cio).
Esta patologia pode se apresentar de duas formas, cérvix (entrada do útero) aberta ou fechada, resultando em saída ou não da secreção purulenta que se forma no interior do útero.
A Piometra pode desencadear um quadro de insuficiência renal aguda.
Os principais sintomas são apatia, falta de apetite, febre, vômito, secreção vaginal purulenta, aumento da ingestão de água e consequente aumento na produção de urina.
O diagnóstico é firmado através do histórico, exame clínico e ultrassonografia.
Já o tratamento tem que ser cirúrgico com a realização da OSH (castração), pois o tratamento clínico com antibioticoterapia tem resultados não satisfatórios e de grande chance de recorrência. É uma cirurgia de emergência, caso contrário o animal vem a óbito.
Com todos os procedimentos realizados a tempo e corretamente, junto com o sucesso da anestesia, o prognóstico é bom e o animal normalmente se recupera bem.
Como prevenção apenas posso citar a castração precoce e evitar o uso de anticoncepcional.

sábado, 5 de junho de 2010

'Dia Mundial do Meio Ambiente'

Hoje é o 'Dia Mundial do Meio Ambiente', portanto gostaria de deixar um link de uma matéria do UOL que mostra algumas fotos e explicações de animais que estão ameaçados de extinção:

http://criancas.uol.com.br/album/animais_ameacados_extincao_album.jhtm?abrefoto=17

Todo o desmatamento desnecessário, a invasão dos grandes centros nas matas e o tráfico de animais silvestres, dentre outros, colaboram com a extinção dos animais citados acima, portanto é um assunto em que devemos pensar bem e começarmos a nos conscientizar melhor da preservação do meio ambiente.

domingo, 16 de maio de 2010

Qualidade de vida no paciente idoso - cães e gatos

Hoje a nossa atenção será voltada para o paciente idoso, tanto cão como gato. A geriatria é uma especialidade que cresce cada vez mais na medicina veterinária e isso se deve ao fato dos proprietários buscarem o máximo de qualidade de vida possível para seus 'melhores amigos' na idade avançada - o aparecimento de determinadas doenças e crises diversas são inevitáveis com o envelhecimento, mas podem ser diminuidas ou prolongadas com a ajuda de um profissional capacitado.
No geral, os cães e gatos são considerados idosos entre 7 e 8 anos de idade, mas isso varia um pouco dependendo da espécie, raça e tamanho do animal.
O animal idoso, como o ser humano, tem os seus órgãos, ossos e articulações, principalmente, em degeneração, perdendo parte de suas funções, deixando uma certa incapacitação no dia a dia. Outra coisa ruim que ocorre é a diferenciação das células podendo surgir tumores. As doenças mais comuns em cães e gatos de idade avançada são artrose, 'bico de papagaio' e hérnia de disco na coluna, insuficiência cardíaca, insuficiência hepática, insuficiência renal e tumores benígnos ou malígnos (câncer), entre outras.
A alimentação correta junto com atividade física adequada e controle de peso são fundamentais para uma velhice mais saudável; por isso a importância em ter um veterinário de confiança por toda a vida do seu pet, que vai orientar tudo isso e demais necessidades de rotina, como vacinas, vermifugações, profilaxia dentária e manejo.
Com a evolução da medicina veterinária, disponibilizamos de estudos, alimentos e medicamentos avançados para controle e prevenção das doenças citadas acima, proporcionando uma boa qualidade de vida nesses pacientes, pois afinal eles merecem por toda fidelidade, carinho e companheirismo que nos transmitem.
Para finalizar, deixo algumas dicas: Tenham sempre um veterinário de confiança, entendam as limitações de um animal idoso e busquem sempre orientação e informação do profissional sobre mudanças na alimentação e na rotina diária em cada fase da vida deles; consultas de rotina e exames preventivos ajudam bastante para tentar descobrir doenças antes de estarem avançadas, mas sempre sob orientação profissional.
Lembrem que os animais não falam o que estão sentindo e são muito relutantes à dor e ao mal estar, mas quem os conhecem entende bem o que querem dizer ou pelo menos que algo não está bem.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Como escolher e onde comprar filhotes de cães?

Quero escrever este post para valorizar a cinofilia (estudo e aperfeiçoamento das raças caninas) no Brasil e os criadores honestos que buscam qualidade em sua criação, mas não vou deixar de criticar os 'comerciantes de cães'. Os países que mais se destacam mundialmente pela sua cinofilia são EUA, França, Inglaterra, Alemanha, dentre outros; mas o Brasil tem uma cinofilia bem desenvolvida e de qualidade, representada por excelentes criadores de diversas raças, porém, infelizmente, falta conscientização (no sentido de receber informação) da grande maioria da população apaixonada por cães.
Precisamos deixar bem claro que criadores éticos buscam sempre, além de saúde e bem estar dos seu cães, um aprimoramento no padrão da raça, tanto em temperamento quanto em tipo físico, resultando em filhotes cada vez mais selecionados, que gradativamente reflete em melhora do plantel nacional. Padrão da raça não é 'frescura', como muitos leigos dizem, e sim sinônimo de cães saudáveis, educados (de fácil aprendizado) e livres de doenças transmitidas geneticamente. Já sobre os 'comerciantes de cães' não posso dizer o mesmo, pois essas pessoas visam apenas o lucro (dinheiro), comercializando e criando animais fora do padrão da raça, portadores de doenças congênitas (transmitidas geneticamente) e com temperamentos assustadores, como agressividade ou excesso de exitabilidade, por exemplo; se o público alvo quer cachorro micro ou de olhos azuis, por exemplo, eles vendem, mesmo que isso possa acarretar em problemas no futuro. Filhotes criados por esses comerciantes normalmente são vendidos em pet shop, feiras livres de rua ou em locais estratégicos como em saída de grandes parques, avenidas de grande movimento, praças ou grandes postos de gasolina e serviços alimentares em rodovias.
Os filhotes não podem ficar expostos ao público, como nos lugares que citei acima; eles devem permanecer no canil até a saída para a residência do futuro proprietário, pois um bom canil está dentro dos padrões de higiene assegurando a saúde dos mesmos, que também recebem vacinas e vermifugações adequadas realizadas por um veterinário responsável. A exposição em gaiolas, muitas vezes debaixo de calor e em ambientes contaminados levam à disseminação de doenças, portanto esses filhotes que estão estressados e com a imunidade baixa ficam muito susceptíveis.
Bom, acho que já passei o meu recado de hoje, portanto pensem bem antes adquirir um filhote - procurem conhecer melhor as raças para evitar surpresas no tamanho e no temperamento, por exemplo, procurem criadores renomados e de qualidade (indicação de cinófilos e/ou veterinários conhecedores de cinofilia e experientes no assunto), fujam desses 'comerciantes de cães' que cobram valores baixos nos seus filhotes para ganhar mercado perante os leigos e não tomem decisões precipiadas e por impulso, pois o arrependimento depois é grande e quem mais vai sofrer com isso é o cão, que muitas vezes vai ser deixado de lado ou abandonado.
Um cão é um ser vivo que vai conviver com a gente por pelo menos 10 anos, necessitando de cuidados de higiene, alimentação, ambiente e saúde, o que custa dinheiro, portanto tudo isso deve ser bem analisado antes da aquisição, para que fiquemos preparados apenas para receber todo o carinho, fidelidade e companheirismo que um cão nos oferece.

domingo, 11 de abril de 2010

Salmonelose

Salmonelose é a doença causada por uma enterobactéria chamada Salmonella spp, que se instala nas células de determinada parte do intestino causando diarréia e outros muitos sintomas; pode acometer o ser humano, cães, gatos, aves, suínos, bovinos, equinos etc. A sua transmissão é fecal-oral, principalmente; sendo uma zoonose (transmissão do animal para o ser humano) ela tem grande importância em saúde pública, acometendo principalmente crianças e pessoas imunodeprimidas.
Os cães e gatos muito raramente apresentam a doença clínica, ao contrário do ser humano, suínos e aves. Os animais domésticos que tem maior importância na transmissão da Salmonella são os répteis iguanas e tartarugas, principalmente as de água, que eliminam a bactéria nas fezes, mesmo não apresentando nenhum sinal de doença.
A transmissão pode ocorrer também por alimentos contaminados, principalmente ovos cru ou mal cozidos ou até pela água - recomendo lavar bem os alimentos como frutas e verduras, evitar carnes e ovos mal cozidos, lavar bem as mãos antes de se alimentar e após manipular répteis e aves.
Os sintomas podem ser diversos, desde diarréia e vômito até artrite e meningite, que acomete muito crianças.
O diagnóstico pode ser firmado atravéz de sorologia e outros exames realizados a partir das fezes, juntamente com um bom exame clínico e sintomas apresentados.
O tratamento é feito com antibióticos específicos e medicações suporte.
Já a resposta ao tratamento é muito variável, alguns pacientes respondem bem, já outros podem vir a óbito; essa resposta depende de uma série de fatores relacionados com a bactéria e o paciente.
Mais uma vez cabe lembrar a tamanha importância da higiene correta no nosso dia a dia, principalmente quem tem em casa os répteis citados acima. Jamais deixem os cães, gatos e crianças tomarem a água em que ficam as tartarugas, pois elas estão sujas de fezes que podem ter Salmonella.

domingo, 14 de março de 2010

Hepatopatia canina

Eu resolvi escrever um pouco sobre esse tema porque hoje faleceu um paciente meu idoso com hepatopatia crônica, foi muito triste pois ele era muito querido pela família, mas o importante é que conseguimos proporcionar uma excelente qualidade de vida desde o aparecimento da doença (que surgiu por tumores no órgão) até o finalzinho da sua vida.

Bom, a hepatopatia (doença do fígado) leva o paciente a uma insuficiência hepática que é a degeneração de células do fígado causando a sua insuficiência e conseqentemente o órgão não executa mais a sua função, totalmente ou parcialmente. Ela pode ser aguda ou crônica.

A insuficiência hepática aguda normalmente está ligada com um agente agressor, seja uma intoxicação alimentar ou por plantas tóxicas, por exemplo, ou por bactéria, vírus ou protozoário, por exemplo. Já a crônica está mais ligada com processos de degeneração pela idade avançada e tumores no fígado, por exemplo.

Os principais sintomas são náusea, vômito, diarréia, anorexia, apatia, emagrecimento, ascite, dentre outros.

O diagnóstico é feito, principalmente, por exames de sangue, como função hepática, por exemplo, exames de urina e exames de imagem, como raio-x e ultrassom, além do histórico do animal e exame clínico realizado por um médico veterinário.

O tratamento se baseia em tratar causas primária e/ou manter a função do órgão para deixar o animal livre dos sintomas citados anteriormente. Infelizmente, quando o órgão perde quase todas as suas células e não realiza mais nem um pouco da sua função, o quadro se torna incompatível com a vida. Cabe lembrar que a alimentação é de extrema importância no controle das doenças do fígado.

O prognóstico é bastante reservado e individual, dependendo da resposta de cada paciente. O mais importante é procurar o melhor caminho para oferecer uma boa qualidade de vida ao cão, mesmo quando a doença é crônica e não apresenta cura, apenas controle.

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Missão humanitária...

Recomendo este blog:

http://www.einstein.br/blog-einstein-no-haiti/Paginas/einstein-no-haiti.aspx

Trata-se do dia a dia de uma equipe do Hospital Israelita Albert Einstein que está no Haiti para ajudar as vítimas dos terremotos. Muito bacana a iniciativa do Hospital e dos membros da equipe, estão de parabéns!

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Dermatite seborreica em cães

Conhecida como seborréia canina, essa dermatopatia é caracterizada por uma série de transtornos na camada córnea da pele que alteram a produção de sebo e queratina. Ela é classificada como seca, oleosa ou mista, podendo ser primária ou secundária a alguma outra patologia, seja de pele ou não.
A seborréia primária é mais comum em determinadas raças predispostas, como por exemplo, Teckel, Beagle, Cocker Inglês, Retriever do Labrador etc.; o fator hereditário ainda é muito discutido nesses casos. Já a secundária, pode ter como causa outra dermatopatia (atopia, por exemplo), doenças hormonais (hipotireoidismo), dentre outras patologias metabólicas.

Os sinais clínicos mais evidentes são: excesso de oleosidade ou ressecamento da pele, descamação (caspa), pelame opaco, sem brilho e queda de pêlos acentuada; o prurido (coceira) pode estar presente ou não.

O diagnóstico é feito através do exame clínico detalhado, podendo ter o auxílio de uma biópsia de pele ou não; demais exames podem ser realizados procurando causas para um processo secundário. Cuidado, principalmente aos clínicos veterinários, pois essa dermatopatia pode se apresentar com lesões semelhantes a lesões clássicas de outras doenças de pele corriqueiras no dia a dia da clínica dermatológica.

O tratamento na doença primária é para controle, não existindo cura definitiva; já na secundária, os sintomas normalmente desaparecem quando controlada a causa base. Utilizamos medicações tópicas, orais e na forma de shampoos. Uma alimentação de qualidade é fundamental para manter a saúde da pelagem.

Aos proprietários de cães, tenham paciência, pois doenças de pele demoram muito tempo para se curarem e os tratamentos são bem trabalhosos. O importante é ter um Veterinário de confiança e não desistir no meio do caminho.