domingo, 28 de outubro de 2007

Caso clínico de Dermatologia

Uma paciente minha da raça Terrier brasileiro com 2 anos de idade e de coloração branco com marcações cinza, começou a apresentar rarefação pilosa (pelagem falha), descamação, muita oleosidade e não apresentava prurido (coceira). Clinicamente me parecia um quadro de seborréia primária, e foi instituído o tratamento. Com o decorrer deste tratamento, foi observada apenas uma pequena melhora quanto à oleosidade e descamação, mas comecei a perceber que esse quadro apenas estava presente nas partes do corpo onde a pelagem é escura, o que poderia ser um quadro de uma doença chamada displasia folicular de pêlos negros. Fiz uma biópsia de pele, e através do exame histopatológico foi confirmado o diagnóstico, e a seborréia, neste caso, era apenas infecção secundária.

A displasia folicular de pêlos negros é uma dermatopatia (doença de pele) rara em cães, em que ocorre uma deficiência no folículo piloso das áreas escuras da pelagem, fazendo com que não cresça mais pêlos nesses locais. Não existe tratamento, apenas devemos tratar as infecções secundárias caso existam, mas por outro lado é uma doença apenas cosmética, não interferindo na qualidade de vida do animal.

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

A fala dos cães

Uma das grandes dificuldades do Veterinário na prática da medicina, é que o animal, diferente do humano, não pode expressar o que sente. Os animais realmente não falam, mas se comunicam - e quem tem um bichinho de estimação sabe disso. Pensando nisso, trago hoje um trecho do livro 'Cão como nós', de Manuel Alegre (2007, p. 91):

Kurika, depois de 2 dias perdido, é encontrado e volta para casa:

"Dois dias depois o cão está de volta. Veio amuado, não ligava a ninguém.- O cão está zangado, não fala conosco - comentou um dos meus filhos. Era verdade. Durante uns dias o cão não falou. Digo bem: não falou. A fala é muito complicada. Está antes da palavra, como a poesia. E aquele cão falava. Falava com os seus vários modos de silêncio, falava com os olhos, falava com o andar, com as inclinações da cabeça, com o levantar ou baixar as orelhas. Daquela vez calou-se por completo. Não falou com nenhum dos seus sinais. Nem sequer com o silêncio."

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Artrose em cães: um mal inevitável, mas prevenível!

Se para nós não é fácil ficar velho, para os cães é a mesma coisa. Os problemas de saúde vão aparecendo, como é o caso das artroses (degeneração e desgaste das articulações) que atingem principalmente os cães de grande porte.

As articulações, no geral, são formadas por extremidades ósseas forradas por cartilagem articular, fechadas por uma cápsula articular, e contém um líquido chamado de líquido sinovial. Elas são sustentadas por ligamentos. Com o avançar da idade as articulações vão se desgastando (deformidade nas extremidades ósseas, perda da cartilagem, e diminuição do líquido sinovial), deixando o animal com dor ao se levantar, locomover e deitar. Sem a articulação estável o impacto entre os ossos é muito dolorido.

Os cães de grande porte são os que mais sofrem por terem que sustentar um peso maior nessas articulações, principalmente na do quadril (coxo-femoral) que pode ‘descadeirar’ esses animais, podendo não ter volta. Já nos cães de pequeno porte o desgaste normalmente é menor, fazendo-os sofrer um pouco menos com isso tudo.

As articulações mais acometidas são: ombro, cotovelo, quadril e joelho, sem falar nas articulações intervertebrais que podem ser acometidas por osteofitos, que são os famosos ‘bicos de papagaio’. E os principais sintomas são: dificuldade e/ou dor ao se levantar e deitar, ao se locomover e subir escadas, claudicação (manqueira) e tremores musculares, os quais podem levar o animal a ficar mais ofegante, com perda de apetite, e com atrofia muscular em longo prazo.

O diagnóstico é firmado com base no exame clínico, anamnese (histórico do animal) e radiografias. Já o tratamento é feito com antiinflamatórios, analgésicos e regeneradores articular, podendo ter o auxílio da acupuntura e fisioterapia.

A prevenção tem grande importância nesses casos, pois pode retardar os processos degenerativos: evitar obesidade, piso liso e escorregadio principalmente para cães grandes e gigantes, manter sempre alimentação correta e buscar orientações de um Veterinário principalmente quando seu cão atingir uma idade superior a 7 anos em média, quando ele já é considerado idoso. Caminhadas em piso firme (asfalto e terra, por exemplo) não fazem mal para um cão sadio, muito pelo contrário, ajuda a fortalecer a musculatura para sustentar melhor as articulações e o próprio corpo.

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Filhotes de Golden à venda!

Estou ajudando uma amiga a vender filhotes de Golden Retriever fêmea. Os filhotes não possuem pedigree, pois somente o pai tem o registro, não podendo assim registrar a ninhada. Enfim, os dois são puros e possuem controle de displasia coxo-femoral. Os filhotes serão entregues em meados de outubro.
Valor: 500,00
Qualquer interesse:
E-mail: danlimavet@hotmail.com


O Golden é um cão de grande porte utilizado hoje em dia como companhia. É muito carinhoso, tranqüilo, e adora estar sempre ao lado do seu dono, seja em casa assistindo televisão ou em longos passeios por um parque, por exemplo. Está entre as raças mais populares do mundo, inclusive do Brasil.