quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Quero desejar a todos um Feliz Natal e um ótimo 2010!

Abraços,

Daniel Lima

domingo, 13 de dezembro de 2009

Convulsão em cães

A convulsão é definida como uma atividade anormal do cérebro, desencadeada por um grupo de neurônios com descargas elétricas alteradas, que ainda nos traz muitas dúvidas, na medicina humana e veterinária, quanto à sua fisiologia e origem.
Em cães, as crises convulsivas ocorrem com certa frequência e podem ser primárias, que são chamadas de epilepsia, ou secundárias a diversas causas, como por ex., doenças renais, hepáticas, cardíacas, traumas cranianos, intoxicações, câncer etc.
Os sintomas normalmente se resumem à perda ou alteração de consciência, tremores musculares, mioclonia (contração muscular brusca, involuntária e de brevíssima duração, que pode ser restrita a um grupo de fibras musculares, envolver todo o músculo ou um grupo deles), micção e defecação.
Uma vez diagnosticada a convulsão, deve-se realizar exames de imagem e de sangue acompanhados por um Médico Veterinário para tentar descobrir a existência ou não de alguma causa pré-existente.
O tratamento se baseia na cura das causas pré-existentes ou, na ausência destas (epilepsia), com o uso de medicações anticonvulsivantes e de suporte.
Cabe lembrar que a epilepsia pode ter fator hereditário, portanto devemos afastar da reprodução animais com esse mal. Check up médico de rotina orientado por um Veterinário de confiança ajuda em se diagnosticar antecipadamente causas pré-existentes.

domingo, 8 de novembro de 2009

Muitos filhotes de uma só vez!!!

Boa tarde amigos,
Gostaria de compartilhar com vocês uma matéria bem bacana que saiu no uol esta semana:
Uma cadela pariu 21 filhotes e, segundo eles, o trabalho de parto total durou aproximadamente 20 horas. Coitada, é um 'sufoco' para a cadela que deve ter gastado muita energia...a fadiga após o parto é grande!
Uma curiosidade é que quanto mais vezes a cadela acasalar, maior pode ser o número de filhotes, ao contrário do que ocorre com o ser humano.
Em um parto desses e na amamentação de todos esses filhotes, a cadela pode perder muito cálcio e entrar em um quadro que chamamos de eclâmpsia, portanto o proprietário deve ficar atento a sintomas como tremores, fraqueza e ofegância, que quando estão presentes o animal deve logo ser levado ao Veterinário.
Recomendo sempre fazer o acompanhamento da gestação com um Veterinário, que poderá orientar quanto à necessidade de suplementação ou não de vitaminas e minerais, dentre outros cuidados.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Alerta...alguns cuidados em campanhas de vacinação!

Resolvi escrever este texto devido a um erro imperdoável que ocorreu com um paciente meu. Um Maltês adulto, de apenas 2 kg de peso e muito saudável, foi levado pela sua proprietária, no mês de agosto desse ano, à campanha de vacinação contra raiva da prefeitura da cidade de São Paulo; a pessoa que aplicou a vacina pediu para a dona do animal segurá-lo no colo e disse que seria na face interna da coxa (intra-muscular); bom, depois de alguns dias o cãozinho não apresentava força no membro e não conseguia flexioná-lo. Quando fui consultá-lo logo desconfiei de lesão em nervo ciático, que se localiza na região onde foi aplicada a vacina; foram feitos outros exames para descartar outras patologias, porém fechei o diagnóstico em lesão do ciático mesmo, ainda mais com todos esses sintomas e histórico clássicos - a lesão pode ter sido causada pela reação local da vacina ou pela própria agulha na hora da aplicação. Foi feito medicação de rotina para esse tipo de lesão e não obtivemos resposta; agora ele passará por sessões de acupuntura que provavelmente ajudarão bastante a reverter o quadro.
Gostaria de deixar claro que não sou contra as campanhas de vacinação da prefeitura, muito pelo contrário, reconheço a sua qualidade e os seus resultados extremamente positivos no controle da Raiva na nossa cidade. Porém deixo a minha crítica à prefeitura da cidade de São Paulo por alguns profissionais mal treinados ou de má índole que cometem esses erros - hoje em dia é sabido que as vacinas antirrábicas podem ser aplicadas por via subcutânea sem causar nenhuma reação que não seja esperada, como dor local e formação de 'nódulo inflamatório' que normalmente some sozinho; cabe lembrar que devem ser aplicadas somente por um profissional qualificado para tal conduta.
Injeções intra-musculares são comuns na rotina do Médico Veterinário de cães e gatos, porém devem sem feitas em locais certos e evitadas ou com muita cautela, nos animais de raças bem pequenas, que possuem áreas musculares pequenas, aumentando assim o risco de lesar um nervo que passa na região.
Para finalizar, proprietários, nunca deixem, em campanhas, as vacinas serem aplicadas no músculo, pois essa prática já 'caiu de moda' há tempos, inclusive nas próprias campanhas! Sinceramente, não entendo o porque desse erro imperdoável!

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Leishmaniose canina - saiba um pouco mais...

A Leishmaniose canina é uma doença transmitida por um protozoário do gênero Leishmania através de um vetor (hospedeiro que carrega o agente de um animal para outro) conhecido como 'mosquito palha'. Esta doença é conhecida popularmente como Calazar e é uma zoonose, pois é transmissível do animal para o ser humano, e vice e versa. Falando de Brasil, vou citar alguns exemplos das localidades mais acometidas por essa doença: Belo Horizonte, Araçatuba e região, Bauru, Lins etc. Alguns casos isolados estão sendo encontrados em Sorocaba, São Roque, Cotia, Granja Viana e Ilhabela, e por isso que a preocupação entre proprietários, governo de saúde pública e Veterinários está crescendo na cidade de São Paulo.

Ela pode se manifestar de duas formas: cutânea e visceral; e quase sempre leva o animal a óbito.

O diagnóstico é firmado através de uma sorologia sanguínea.

O tratamento clínico pode resultar em sucesso, porém cabe lembrar que por lei é proibido tratar animais soropositivos para Leishmaniose, e sim eutanasiar esses animais e notificar o ministério da agricultura.

Portanto, a prevenção é o mais importante, e pode ser feita de duas formas:

- Vacinação, que a alguns meses está sendo comercializada para Veterinários na cidade de São Paulo, tendo desvantagens que são efeitos colaterais indesejáveis e custo alto.

- Scalibor, que é uma coleira de duração longa (aproximadamente 5 meses) que protege o cão contra Flebótomos, que são os mosquitos que fazem o papel de vetor da doença.

Cabe lembra que a vacinação só pode ser realizada por um Médico Veterinário e iniciada após o resultado negativo da sorologia - são 3 doses iniciais com intervalos de 21 dias, e depois 1 dose anual para o resto da vida do animal.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Como preparar seus cães para a chegada de um filho?

Hoje eu li na revista 'Cães e Cia' deste mês uma matéria bem interessante sobre este tema, e no dia a dia da clínica vejo que é uma questão bem comum que ocorre entre os meus clientes, principalmente com casais novos que possuem cães bem companheiros que participam de toda a rotina da casa e que tem a atenção toda voltada para eles.
O cão percebe logo nos primeiro meses de gestação da sua dona que algo diferente está acontecendo - o cuidado excessivo dela e para com ela junto com o desvio de atenção dos donos, sem perceber, para outras coisas o deixam intrigado, e consequentemente ele muda o seu comportamento para chamar a atenção, se tornando mais quieto e observador à distância, podendo chegar à falta de apetite, urinar e defecar em lugares inapropriados e se lamber excessivamente; podemos caracterizar o comportamento desses animais como "ciúmes".
Após o nascimento do bebê, as coisas só pioram, portanto o que eu recomendo é nunca deixar de dar atenção aos seus cães, tanto o pai quanto a mãe, não mudar a rotina do cão, não trocar seu lugar de dormir, e principalmente deixá-lo participar dos cuidados e passeios do bebê - o cão tem que chegar perto e cheirar o nenê, pois tudo isso vai fazê-lo entender que aquele 'ser pequenino' não trás ameaça, e sim companhia para todos.
Quem tem seus cães como "filhos" e aguardam ou já aguardaram a chegada de um filho de verdade sabem o que eu estou falando; espero ter ajudado!

sábado, 2 de maio de 2009

...Parto – cães e gatos

Percebe-se a hora em que o animal vai entrar em trabalho de parto pelas suas atitudes – normalmente ficam inquietos e ansiosos, andando de um lado para o outro procurando um local tranqüilo para terem seus filhotes, lembrando que todo esse processo pode gerar cansaço e estado ofegante.

Curiosidade: A temperatura corporal, principalmente da cadela, normalmente diminui 1 grau no dia em que antecede o parto.

Logo começam as contrações, e as ‘bolsas’ que, junto com a placenta, envolvem os filhotes começam a sair pela vulva – a fêmea, normalmente, rasga todos esses envoltos e estimula o filhote com a língua, mas muitas vezes se faz necessário a ajuda do ser humano. Cada filhote tem a sua placenta individual; o intervalo entre filhotes pode variar de 10 minutos até algumas horas, cabendo ao Veterinário diferenciar o normal do patológico, que chamamos de Distocia, que nada mais é do que dificuldades no trabalho de parto, que podem ser de diversas causas, e muitas vezes levam à cesariana.

Minutos após o nascimento, quando o filhote já está bem, inicia-se a mamada – no começo, muitas vezes precisamos colocá-los nas tetas, mas depois vão sozinhos, mamando até a saciedade; normalmente, eles mamam a cada 2-3 horas.

Outra curiosidade: Para cadelas ou gatas que não têm leite, já disponibilizamos no mercado pet do leite artificial específico para estas espécies de animais – a administração é feita com mamadeiras apropriadas.

Cabe sempre lembrar a importância do acompanhamento médico nessas etapas discorridas anteriormente – só um profissional pode decidir por aplicação de drogas e/ou procedimentos nos casos de Distocia, que quando não é feito nada, pode levar a fêmea a óbito.

domingo, 29 de março de 2009

Gestação

A gestação de cães e gatos tem duração, em média, de 60 dias. Cães de pequeno porte e gatos apresentam esse período um pouco mais longo (média de 62 a 64 dias), já os cães de grande porte um pouco mais curto (média de 58 a 59 dias). O terço final de uma gestação é de extrema importância, pois é o período em que o feto se forma por completo, tanto em sua estrutura óssea como em órgãos internos, como os rins por exemplo, e portanto a cadela ou gata gestante deve receber uma alimentação específica e de qualidade, rica em cálcio e proteínas.

Diferente dos humanos, cada filhote tem a sua placenta e fica envolto em uma bolsa individual dentro dos cornos uterinos (local do útero em que se mantém a gestação nos cães e gatos). Quanto maior o número de acasalamentos, maior o número de filhotes; outra curiosidade é que uma fêmea que acasalar com machos distintos, pode ter filhotes de mais de um macho na mesma gestação.

O diagnóstico da gestação pode ser realizado por ultrassonografia ou radiografia; o raio-x é preciso para a contagem do número de filhotes, já o ultrasson não, mas só ele pode nos informar sobre a viabilidade fetal. O ultrasson é indicado a partir de 35 dias após o acasalamento, e o raio-x após 45 dias. Eu prefiro evitar radiação em animais gestantes, apenas solicito se for necessário.

Algumas vacinas e alguns vermífugos, no geral, não são contra-indicados no período de gestação, mas eu prefiro evitar – não faço e não recomendo.

Mais uma vez, gostaria de firmar a importância de uma alimentação específica nesse período – esses animais devem ser acompanhados por um Veterinário desde o acasalamento até o desmame dos filhotes, para que tudo ocorra da melhor forma e todas orientações sejam passadas aos proprietários corretamente para cuidarem das ‘futuras mamães’.

O parto, ...fica para o próximo post!

quarta-feira, 11 de março de 2009

DAPP – o que é isso?!

Aproveitando as queixas dos meus clientes, que não agüentam mais tanta pulga nos seus animais como está ocorrendo nesse início de ano, vou discorrer um pouco sobre uma doença causada por esse ectoparasita. DAPP quer dizer dermatite alérgica à picada de pulga. Alguns animais se tornam alérgicos à saliva da pulga, e com apenas uma picada podem desencadear um processo alérgico na pele causando muito prurido (coceira), e o animal acaba se machucando de tanto coçar, causando eritema e infecção bacteriana secundária.

Para fechar o diagnóstico, um Dermatologista Veterinário experiente o faz através do histórico, das lesões características, e muitas vezes, da presença de pulgas ou fezes desses ectoparasitas. Não existe nenhum exame preciso, pois é impossível retirar saliva de uma pulga, pelo menos do meu ponto de vista.

O tratamento e a prevenção se baseiam na utilização de produtos anti-pulgas, como por exemplo, o Frontline e o Advantage – devem ser produtos em que as pulgas não precisam picar o animal para morrerem, associados com medicamentos para os danos secundários.

O prognóstico é bom, desde que sejam utilizados os produtos anti-pulgas corretos na freqüência determinada pelo clínico para o resto da vida do animal.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Verão – muito mais pulgas e carrapatos

Nessa época do ano em que estamos finalizando, o verão, aumenta o número de ectoparasitas, como pulgas, carrapatos e piolhos, pois o clima nesses meses do ano aqui no Brasil favorece suas procriações e permanências no ambiente. Contudo, os seres mais afetados com isso são os animais, tanto os de companhia, como cães e gatos, como os de produção e esportes, como por exemplo, bovinos e eqüinos, respectivamente.

O mito de que esses parasitas só infestam os animais de companhia quando os mesmos estiverem em sítios ou fazendas que têm pastos com grandes animais já está ‘caindo de moda’, pois os donos de cães e gatos estão percebendo que mesmo aqueles animais que moram em apartamento, só saindo para fazer um xixi na graminha do prédio ou dar uma voltinha no quarteirão, também podem apresentar algumas pulgas e/ou carrapatos. Aqui na cidade de São Paulo, por exemplo, muitos parques e praças estão infestados com ectoparasitas, e isso se dá por causa do nosso clima favorável, claro, mas principalmente pelo grande aumento da população de cães e gatos nos grandes centros urbanos, e também pela grande quantidade de ‘animais de rua’, que são os mais suscetíveis, espalhando-os por todo lado.

Os cães podem se infestar com pulgas e/ou carrapatos facilmente, já os gatos se infestam principalmente com pulgas, que muitas vezes não são visíveis por causa do hábito de se lamber que esses animais apresentam. Os ectoparasitas normalmente, na teoria, são específicos de cada espécie animal, mas na prática vemos que a ‘pulga do gato’, por exemplo, pode infestar um cão, e assim por diante; resumindo, as espécies têm seus ectoparasitas específicos, mas também podem se infestar com os de outra espécie. As pulgas dos animais podem ir no ser humano quando o ambiente está infestado e é feita a retirado do animal desse ambiente – os animais possuem a temperatura corpórea mais elevada que a nossa, favorecendo a preferência da pulga.

Cabe lembrar que tanto pulgas como carrapatos podem transmitir determinadas doenças para cães e gatos, como por exemplo, Hemobartonelose, Erlichiose e Babesiose. Portanto, a lição mais importante desse texto é: ‘Prevenir ao invés de tratar’, que é muito melhor para seus ‘companheiros’, os impedindo de contrair alguma dessas doenças.

Existem vários produtos para prevenção e tratamento, portanto consulte seu Veterinário para uma orientação correta.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Otites em cães – como prevenir?

Otite é a inflamação dos ouvidos. Vamos falar da otite externa, que é a mais comum e conhecida por quase todos os proprietários de cães. Resumidamente, as otites dos cães podem ser inflamatórias, bacterianas, fúngicas ou causadas por ácaro, que são muito comuns em filhotes e ocorre transmissão direta para outros cães. Normalmente são primárias (pele dos ouvidos mais sensível ou proliferação da própria flora bacteriana ou fúngica desses ouvidos – ambas estão relacionadas com a predisposição do próprio animal) ou secundárias a algum agente agressor, como por exemplo, a água em excesso ou a alguma doença pré-existente, como por exemplo, a dermatite alérgica.

O diagnóstico pode ser firmado através de exames laboratoriais das secreções coletadas pelo médico veterinário.

Normalmente, o tratamento é um pouco trabalhoso e longo, mas se os animais obedecerem aos donos e deixarem ser manipulados, tudo se torna mais fácil – se baseia em limpeza dos condutos auditivos e colocação de medicação tópica por um período longo, e auxílio com medicações sistêmicas, quando o clínico veterinário julgar necessário.

Agora o mais importante – o que fazer para prevenir o aparecimento dessas otites? Bom, a prevenção é super importante principalmente nos animais predispostos, pois a recidiva dessas otites pode fazer com que o quadro se torne crônico e de difícil controle, e, portanto, devemos proceder da seguinte forma: manter limpezas frequentes dos ouvidos com produtos apropriados e com orientação médica, evitar que entre água nos condutos, não deixar as orelhas molhadas ou úmidas após uma chuva, por exemplo, não deixar excesso de pêlos nos ouvidos, o que faz deixar a região abafada e suscetível à doença, e principalmente, observarem sempre a região dos ouvidos procurando ‘vermelhidão’ ou excesso de secreção e/ou qualquer sinal de otite, que pode ser prurido (coceira) em excesso, chacoalhar da cabeça exacerbadamente, lesões (feridas) de pele próximas das orelhas, e, em casos mais graves, perda de apetite e apatia.

Cabe lembrar, que, mesmo procedendo corretamente de forma preventiva, alguns animais podem apresentar otite, mas de uma forma mais branda, pois o proprietário atento e participante na rotina desses animais sempre percebe algo diferente logo nos estágios iniciais da doença.

E para finalizar, uma dica – sempre manipulem bastante seus animais quando filhotes (mexer nas orelhas, limpar os ouvidos, segurar patas e rabo, abrir a boca, colocar a mão no comedouro enquanto ele se alimenta,...), pois assim vocês conseguem o respeito como proprietários, e fazem o que quiserem para o bem deles, como, neste caso, conseguir tratar um ouvido por mais de duas semanas, caso contrário, será um caos, além de não obtermos um bom resultado final.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Cães abandonados - cada vez mais...

Infelizmente, muitos "proprietários" de animais ainda nos decepcionam quando o assunto é abandono. Cães e gatos, tanto adultos como filhotes, dão trabalho e despesas, e por isso que devemos pensar bem antes de adquirí-los. É preciso gostar, conhecer e estar certo de que é hora de ter um deles em casa, porque depois é só alegria, pois o carinho e a fidelidade que esses animais nos retribuem supera e torna prazeroso qualquer trabalho que eles possam nos dar, como por exemplo, trocar jornais com fezes e urina, comprar ração e colocá-la corretamente nos seus horários, ensinar-lhes as regras da casa, deixar de viajar algumas vezes, enfim, muitos outros cuidados que qualquer ser vivo necessita.

Resolvi escrever um pouco sobre esse assunto após ler uma matéria no jornal Metro de ontem, que dizia que denúncias de abandono de cães na cidade de São Paulo recebidas por instituto de proteção crescem 150% em janeiro deste ano, onde a média de ligações por dia nesse mês pulou de 100 para 250, segundo o diretor da IPAB (Instituto de proteção aos animais do Brasil) - como ele mesmo diz, "é uma verdadeira febre de irresponsabilidade". Ele diz que os abandonos normalmente aumentam no final do ano, no mês de dezembro, mas que em janeiro volta ao normal; diz acreditar que pode estar relacionado com a crise econômica que estamos enfrentando - "A pessoa fica sem dinheiro e estressada. Quem paga a conta é o animal", diz.

O CCZ (Centro de controle de zoonoses) relatou que abriga hoje cerca de 100 animais (cães e gatos), e a média de adoções em 2008 foi de 90 animais por mês, mas já a ONG Cão sem dono, possui no momento cerca de 90 animais, dos quais apenas 5 por mês, em média, recebem um novo lar.

Desde abril do ano passado, lei estadual proíbe o sacrifício desses animais, que era utilizado como método de controle populacional - muitos desses animais são portadores de zoonoses (doenças transmitidas para os seres humanos), deixando a 'saúde pública' em grandes riscos.
Portanto, como disse no início do texto, todos nós devemos pensar muito bem antes de decidir ter um animal de estimação em casa - procurar conhecer cada espécie, cada raça, enfim, todas particularidades e cuidados relacionados com cada um deles, para que a convivência seja excelente e só traga alegria para ambos. Orientem conhecidos sobre o assunto, e nunca apoiem compras por impulso, como acontecem, por exemplo, em shopping center que tem loja de animais com vários filhotes lindos na vitrine de vidro.
Eu tenho muitos clientes que estão optando pela adoção de cães e gatos, mas quando a opção é adquirir filhotes de raça, recomendo e indico bons criadores conceituados na nossa cinofilia e gatofilia, pois estes, diferentes dos comerciantes de cães, não vendem filhotes para qualquer um, e sim procuram conhecer as características dos interessados para ter certeza de que determinada raça se 'encaixe' na rotina e nos hábitos dessas pessoas, para não ter problemas no futuro, como por exemplo o abandono e maus tratos.
Vejam este vídeo e divulguem - mostra bem o que sente um cão abandonado, ilustrando um pouco do que estamos falando: http://www.youtube.com/watch?v=mBCAJhiaszM

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Insuficiência Renal – cães e gatos

A Insuficiência Renal (IR) é uma doença muito grave que acomete, com muita freqüência, os cães e gatos com idade mais avançada, na maioria dos casos. Junto com o Câncer, estatisticamente está como uma das maiores causas de morte entre esses animais e o próprio ser humano, mas não quero que fiquem assustados, vou escrever um pouco sobre o assunto, e assim vocês poderão entender melhor.

IR é a perda da função da maior parte das células que compõe um rim, e que são chamadas de néfrons. Ela pode ser primária, quando essas células vão se degenerando com o passar do tempo, ou secundária a algum agente agressor como bactérias específicas, imuno-complexos (ligação antígeno-anticorpo) formados em determinadas infecções no organismo etc.; doenças congênitas podem ocorrer raramente, onde o animal já nasce com perda parcial ou total da função renal. E, além disso, ela pode ser aguda (de forma repentina) ou crônica, que vai se manifestando aos poucos, e é o que acontece com os animais idosos – todas as células do corpo vão degenerando com o tempo, e muitas vezes o órgão perde a sua função.

As doenças mais comuns que causam IR aguda são a Piometra (infecção uterina), Leptospirose (transmitida pela urina dos ratos) e Cálculos Renais, dentre outras. Algumas medicações em longo prazo podem também lesar os rins.

Os sintomas mais comuns são sinais de intoxicação como vômito, diarréia, mau hálito e andar cambaleante, pois os rins eliminam do nosso organismo todas as substâncias tóxicas que devem ser excretadas. Na IR aguda, o animal pára de urinar, e já na IR crônica, o mesmo ingere muita água e urina bastante, consequentemente, pois o próprio organismo tenta compensar a função dos rins fazendo com que o animal beba grande quantidade de água.

O diagnóstico é feito através de exames de sangue como Função Renal e Hemograma associados com Ultrassonografia abdominal ou Tomografia, que é bem incomum na Medicina Veterinária por causa do custo.

Com o tratamento instituído, não existe cura, mas sim controle. Normalmente se baseia na Fluidoterapia associada com algumas medicações necessárias em cada caso; a Hemodiálise, que é utilizada para controle de pacientes humanos crônicos, é pouco usada em animais também por causa do custo das seções, mas já existem no Brasil clínicas veterinárias especializadas nesse tratamento. O resultado positivo consiste em fazer com que os rins voltem a ‘trabalhar’ normalmente, para que possamos controlar sua função com alimentação específica.

Muitos animais conseguem manter a doença controlada por anos, mesmo apresentando algumas crises no decorrer – gatos convivem melhor que os cães com a IR. Mas infelizmente muitos organismos desses animais não conseguem reverter o quadro, levando os mesmos a óbito.

2009 - o começo de mais um ano...

Estamos começando mais um ano, e sempre com muitas promessas, esperanças ou até mudanças - isso é bom, pois acho que o que ficou para trás já passou, e nada de arrependimentos, fica apenas a lembrança boa ou ruim; vivam um dia após o outro, aproveitando cada momento, transformando esse ano novo em muita felicidade, vitórias e realizações.

Vamos estar cada vez mais presentes com nossas famílias, amigos, pessoas que gostamos, e lógico, com nossos queridos animais de estimação. E falando em animais, lembrem sempre que prevenção é tudo, portanto não esqueçam das vacinas anuais, vermifugações, controle de pulgas e carrapatos, prevenção do 'verme do coração' para cães que costumam viajar para praia ou represas, ou residem nesses locais, procurem dar uma alimentação de qualidade, enfim, dessa forma evitamos muitos problemas futuros, proporcionando bastante qualidade de vida para esses 'amigões'.

Feliz 2009 para todos!

Daniel Lima